18 janeiro, 2011

Resenha: As Vantagens de Ser Invisível, Stephen Chbosky

Passei metade do meu dia sentada numa poltrona da Livraria Cultura terminando de ler esse livro. Minha mãe até me ligou perguntando se eu queria ir com ela comer alguma coisa, mas falei que só ia sair de lá quando tivesse acabado, e assim foi!

Sinopse: Ao mesmo tempo engraçado e atordoante, o livro reúne as cartas de Charlie, um adolescente de quem pouco se sabe - a não ser pelo que ele conta ao amigo nessas correspondências -, que vive entre a apatia e o entusiasmo, tateando territórios inexplorados, encurralado entre o desejo de viver a própria vida e ao mesmo tempo fugir dela.

As dificuldades do ambiente escolar, muitas vezes ameaçador, as descobertas dos primeiros encontros amorosos, os dramas familiares, as festas alucinantes e a eterna vontade de se sentir "infinito" ao lado dos amigos são temas que enchem de alegria e angústia a cabeça do protagonista em fase de amadurecimento. Stephen Chbosky capta com emoção esse vaivém dos sentidos e dos sentimentos e constrói uma narrativa vigorosa costurada pelas cartas de Charlie endereçadas a um amigo que não se sabe se real ou imaginário.

Íntimas, hilariantes, às vezes devastadoras, as cartas mostram um jovem em confronto com a sua própria história presente e futura, ora como um personagem invisível à espreita por trás das cortinas, ora como o protagonista que tem que assumir seu papel no palco da vida. Um jovem que não se sabe quem é ou onde mora. Mas que poderia ser qualquer um, em qualquer lugar do mundo.

Título: The Perks of Being a Wallflower (USA), As Vantagens de Ser Invisível (BR)
Autor: Stephen Chbosky
Editora: Rocco
Nº de páginas: 223 páginas

O livro é todo de cartas em que Charlie, o personagem principal, escreve para um amigo desconhecido que talvez nem o mesmo saiba quem é.
É um livro difícil de descrever de tão real. Charlie escreve cartas tão intímas falando de suas experiências com drogas, sexo, homossexualidade, suicídio, amor e todas essas coisas que qualquer adolescente tem interesse.
O melhor é a forma como ele descreve tudo, como você sente exatamente tudo que Charlie está sentindo e como você fica próximo do personagem lendo o livro.
"So, this is my life. And I want you to know that I am both happy and sad and I'm still trying to figure out how that could be."
Ao mesmo tempo que você se vê dentro de todo esse universo que é a vida de Charlie, você na verdade, não sabe nada sobre ele. Não sabe seu sobrenome, onde ele mora, e talvez Charlie nem seja seu nome verdadeiro.
O livro tem um trecho que mostra um poema que, particularmente, me deixou muito emocionada -o poema é gigante, então só vou colocar um pedaço aqui.
"É por isso que no verso de uma folha de papel pardo
ele tentou outro poema
E o intitulou de "Absolutamente Nada"
Porque era o que estava em toda parte
E ele se deu um A
e um corte em cada maldito pulso
E se encostou na porta do banheiro
porque nessa hora ele não pensou
que poderia alcançar a cozinha."
Quando eu comecei a ler, achei que fosse apenas mais um livro que eu ia adorar, mas não ia me tocar e me fazer explodir com tantos sentimentos juntos. Quero comprar na versão original agora e ler várias e várias vezes, como eu sempre faço com o "O Apanhador no Campo de Centeio". É uma leitura muito gostosa, daquelas que você tem vontade que não acabe nunca.
"... And in that moment, I swear we were infinite."

3 comentários:

  1. Me parece um bom livro .
    Seu blog é bem interessante...
    Já estou seguindo ..

    Beijos*

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  2. Estou lendo este livro, e está sendo uma leitura intensa, mas nem sempre consigo compreender o Charlie. Ás vezes os pensamentos dele são confusos demais e não consigo interpretá-los de forma coerente. Continuo sem entender o fim do poema.

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